O CLAMOR POR PAIS ESPIRITUAIS

Texto-Base: I João 2:12-14

De acordo com a Bíblia nós passamos por três estágios espirituais em nossa vida: de filhinhos a jovens e depois a pais. Em cada ponto da nossa jornada, funcionamos de uma maneira específica e temos tarefas distintas a cumprir.

“Filhinhos (RECÉM-CONVERTIDOS) eu lhes escrevo porque vocês conhecem o Pai. Pais (SERVOS COMPROMETIDOS) eu lhes escrevi porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio. Jovens (CRISTÃOS QUE JÁ MUDARAM O SEU SISTEMA DE VALORES) eu vos escrevi... porque vocês venceram o maligno.” (1 João 2.12-14).

O clamor do coração de Deus é para que alcancemos a paternidade, não apenas para que sejamos homens fortes que saibam como vencer o maligno, mas por pais que realmente conheçam a Deus e que se coloquem à disposição para servir como pais para a igreja.

Visto que a paternidade é crucial para o padrão de Deus, ele estabeleceu uma base de treinamento natural que consiste em “estágios de crescimento” (filhos - jovens - pais).

Vamos nos tornar pais espirituais à medida que passarmos por estes estágios. Somente depois disto recebemos o coração e a percepção de um verdadeiro pai.

A Igreja de Corinto passou por esta crise a falta de pais espirituais Ao ler 1 Coríntios 4.15 “Porque, ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu, pelo evangelho, vos gerei em Jesus Cristo”, pude perceber quão importante é essa questão de paternidade espiritual. Paulo estava querendo dizer que a igreja em Corinto tinha muitos aios (professores, mestres, pessoas responsáveis por transmitir ensinamentos), mas faltava-lhe um pai espiritual.

Parece que o apóstolo Paulo falava diretamente para nós: “O que você está precisando é de paternidade espiritual”!

A solução é Amadurecermos a Visão de Discipulado pessoal para Paternidade Espiritual, não discipularmos apenas para manutenção, ou, para passarmos conhecimento.

Como pai espiritual, as intenções do apóstolo Paulo para a igreja em Corinto eram muito superiores ao sistema de ensinamento que estavam recebendo. Os irmãos que estivessem experimentando essa paternidade sobre suas vidas não se tornariam soberbos e inchados de tanto conhecimento; pelo contrário, deixariam de ser bebês espirituais (1 Co 3.1) e amadureceriam em Cristo, adquirindo condições de assumir a paternidade sobre outras pessoas.

Com tudo o que tem acontecido a igreja está cada vez mais enfraquecida, existe uma geração de órfãos espirituais que estão fracos, doentes e independentes e correndo atrás do grande homem (mulher) de Deus para solução dos seus problemas.

Deus está procurando “pais” espirituais, a igreja está precisando de pais e não de administradores ou manipuladores. Hoje se da muita importância para títulos e cargos. Os valores foram invertidos, a igreja tem vivido em função dos lideres e não os lideres em função da igreja;  O mais alto nível de “liderança” é a paternidade. A paternidade está acima do pastor, bispo ou apóstolo. Não estou anulando ou rejeitando estes títulos e ministérios, pelo contrario, acredito totalmente neles. Mas o que eu quero ressaltar é a importância da paternidade espiritual.

Se não houver o sentimento de paternidade a “autoridade” se torna “autoritarismo”, autoridade sem amor se transforma em um poder vazio e manipulador. Existe um engano na igreja hoje, nós amamos e honramos mais os títulos do que as pessoas, a paternidade não tem títulos. Além disso, as pessoas são fiéis a pais espirituais e não a lideres. Líderes, nós obedecemos por respeito ou por medo, pais nós honramos porque amamos. Líderes podem ser substituídos por outros, pais são pra vida toda, mesmo que não caminhem juntos.

Eu quero falar um pouco sobre o que eu entendo por “paternidade espiritual”.

1) Filhos não são gerados da noite para o dia exige muito tempo, cuidado, amor, doação e paciência. Galatas 4:19 Meus queridos filhos, eu estou sofrendo por vocês, como uma mulher que tem dores de parto. E continuarei sofrendo até que Cristo esteja vivendo em vocês. (NTLH).
19 meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós (RA).

2) O pai sempre quer o melhor para o filho, seu desejo é ver o filho crescendo cada dia mais.

3) A função do pai é gerar, preparar e projetar os filhos, e isso significa auto renúncia. Significa que na maioria das vezes o pai fica escondido no anonimato e o filho é quem se destaca.

4) Um verdadeiro pai não é aquele que só passa a mão na cabeça e evita confronto, o pai corrige em amor, e o filho não se sente envergonhado, exposto ou subjugado. “…mas admoesto-vos como meus filhos amados. Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo” (1 Co. 4:14-15).

5) O pai gera filhos maduros que podem ser enviados para estar a frente de ministério, sem dar problemas no futuro, porque o filho tem o DNA espiritual do pai. “Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor…” (1 Co. 4:17).

6) Um verdadeiro pai espiritual ama seus filhos acima de tudo e tem compromisso com igreja, se doa para que a noiva de Cristo seja livre de todo engano, cresça e amadureça. : “Antes fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos. Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda as nossas próprias almas; porquanto nos éreis muito queridos. Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga… “Assim como bem sabeis de que modo vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus filhos” (1 Ts. 2:7-11).

Eu não sei qual a motivação do seu coração, mas de uma coisa eu tenho certeza, o que a igreja realmente precisa nestes últimos dias, são pais espirituais. Bom, eu só falei um pouquinho daquilo que Deus tem me dado sobre paternidade, e termino com uma pergunta:

VOCÊ ESTÁ DISPOSTO A PAGAR O PREÇO?